Rosana Braga
Pois é... a sensação que tenho tido, nos últimos tempos, é de que essa busca pelo grande amor, pelo par ideal, pelo príncipe encantado,pela felicidade infinita ? que deveria ter se configurado como umcaminho edificante e enobrecedor ? tem servido bem mais paratransformar a vida de um grande número de pessoas numa insanidadeabsurda. Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que temsido tantas relações (com suas intermináveis tentativas denomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo queprecisa ser urgentemente revisto, reavaliado e reconduzido. Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade,não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens emulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversasmanifestações, passou por algumas transformações significativasantes de chegar neste cenário que vivemos atualmente. Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação daespécie, não faz muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pelafartura, pelo bem-estar. Eis também o nascimento do amor romântico edessa tão visceral busca pela felicidade, que ganhava ? a partir deentão ? um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha atéentão. Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorouquase nada. Bem menos de um século apenas. E neste momento vivemoscomo que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas,inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estãotrincadas, em plena reforma... E a pergunta se repete, incessantemente: por que tem sido tão difícilviver esse tal grande amor? Por que embora esse pareça ser o maiordesejo da grande maioria, o que reina são os desencontros? Talvez você também já tenha vivido contradições profundas comoessas. Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que maisdesejava era amar e ser amado e, diante desta possibilidade, não soubeo que fazer, ou fez tudo errado... Talvez já tenha dito para si mesmo, incontáveis vezes, que prefereficar só, desfrutar de sua liberdade, preservar seu espaço e suaindividualidade e, cara a cara com seu espelho, sentiu medo da solidãoou o peso quase insuportável da falta de um abraço..
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