eu de boba

eu de boba

Bem Vindo!!!!

Holá...a todos que já passaram por aqui, a todos q váo passar.



Holá...aos que nunca passaráo, aos que isso aqui pouco ou nada vai interessar...



Holá aos bisbilhoteiros, aos fofqueiros, aos encrequeiros, aos amantes, aos desamantes, aos amados e desamados, aos que cantam ao sol, aos que brindam a lua, aos que acreditam em Deus, aos q acreditam no Ser Superior, aos que ñ acreditam em nada além do que seus olhos vêem.



Holá...aos que conheceram a dor, o desamor, a cura, o amor, Holá...aos q me conhecem e aos q háo de conhecer (nem que seja só por aqui)



Holá...a nós, a todos nós, pq sorrir e dizer Bem vindo nunca é demais...eu digo tudo e ainda, te dou um abraço...seja bem vindo e bem vinda, entrem, sentem-se, tirem os sapatos, sentem-se confortavelmente e preparem-se!!!



A viagem aqui tem volta...mas certamente vc voltará mudado...isso prometo eu!!!

Luciana Santos.


terça-feira, 15 de julho de 2008

Espera....

Odei, detesto esperar...
Preciso cultivar a paciência...tentar dá tempo ao tempo deixar que as folhas cresçam e caminhem no seu curso normal.... é que é tão complicado esperar...é tão cansativo não fazer nada, não ter onde ir e em quem descansar....preciso descubrir urgentemente como se descança como se pede paz a sua cabeça e oa seu coração... Apesar de todas as minhas resoluções, de todas as minhas promessas a mim mesma, sempre as quebro e ultimamente meus pactos têm sido quebrados numa constância de minutos....ando muito, muito cansada e tenho medo de durmir, medo de sonhar, e vontade de não acordar...
Mais caminho na esperança de vê as coisas mudarem..tem dias dias seguidos que aparece arco-íris no fim da tarde...acho q isso deve ser um bom sinal...
Luciana Santos

Quero ser uma mulher de Almodóvar

Elas têm as mãos robustas com veias à mostra, pernas rijas, músculos fartos no antebraço e uma boca que sussurra qualquer coisa de lamento e esperança. Cortam pessoas ao meio com o olhar de dois gumes. Elas dão à luz em ônibus, cozinham sozinhas para mais de 30 pessoas e enterram maridos mortos que, antes, as enterraram vivas. as que foram estupradas carregam pela vida o fruto da violência e são capazes de amá-lo como se ele tivesse sua origem numa cama mácula. As mulheres de Almodóvar, de tão fortes apartam brigas de leões, e de tão intensas, fazem poesia com o cotidiano. Estão sempre em carne viva. Conheci as personagens do diretor espanhol Pedro Almodóvar quase que por acaso - por indicação de meu grande-amigo Fufo - mais assim, por acaso - numa daquelas fases meio depressivas em que entramos num cinema, pra assistir qualquer coisa e acabamos nos batemos com coisas inesperadas - a R$5,00 entrei na Sala Walter da Silveira e assisir a uma seção especial de seus filmes - "Carne Trêmula", "Volver" e "Má Educação". Passei oito horas sorvendo a riqueza psicológica das figuras femininas geradas por ele. Quando cria, Almodóvar não é óbvio, tal como as mulheres na vida real não o são. Há algum tempo atrás, assisti à "Fale com ela" e agora tenho certeza de que a admiração que passei a nutrir pelo diretor desde aqueles três primeiros filmes tem mais a ver com um desejo: quero ser uma mulher de Almodóvar. Se fosse uma mulher de Almodóvar acordaria cedo para dar de comer às crianças, elas comeriam com fúria, se fartariam, virariam adultas, me esqueceriam e eu, sem declinar da tarefa continuaria dando-lhes de comer da minha própria carne. Se eu fosse uma mulher de Almodóvar visitaria no cárcere cada um dos meus algozes, dos benignos aos malignos. Se me pedissem dinheiro ou cigarro eu não lhes daria, mas se me pedissem perdão e afeto, eu lhes entregaria minha cabeça e coração num prato. Após um dia de trabalho, os pés cansados e a mente aos suspiros, eu dançaria uma hora de sevilhas para deleitar a platéia de um único sincero pagante... caso eu fosse uma mulher de Almodóvar. Estar em carne viva é facíl. Bastam um corte e um furacão de dentro para fora, para que os tecidos do corpo de desdobrem, se expandam e fiquem expostos sem pele. Difícil mesmo é extrair poesia de cada fibra solta, como fazem aquelas tais figuras femininas. Mesmo distantes de conhecer a fundo o diretor espanhol e suas mulheres, uma coisa posso dizer sem equivóco: se fosse uma mulher de Almodóvar eu falaria espanhol, me apaixonaria por alguém que caminhasse pela rua e lhe daria na hora as virtudes que eu tivesse, poesia e um café para celebrar; receberia um sinal recíproco a princípio e, dois minutos depois, um sinal de engano - porque Almodóvar não fantasia. Então ficariam as virtudes, a poesia e o café assim esparsos pelo chão, sem copo ou corpo que os contivessem. Depois disso, por ser uma mulher de Almodóvar, eu então chegaria em casa, acenderia um cigarro e escreveria uma crônica que terminaria assim: "No suelo perder nada de lo que me regalan com veracidad, aunque me lo regalen con fecha ya cierta para quitármelo de la mano. Lo que me regalan yo lo cojo, lo guardo y lo quiero todo lo que puedo antes de que se me vaya. Aunque suene ilógivo ese querer, el se explica: más que la pena por el regalo que no tengo me habla más fuerte el hecho de saber que, cuando lo tuve, fue bueno y verdadero... por lo menos pra mí. soy la que sigue soñando com los impossibles". Traduzindo: Não costumo perder nada daquilo que me dão com veracidade, ainda que o que receba tenha data certa para ser-me tirado das mãos. O que me dão eu acolho, guardo e amo o máximo que posso antes que se e escape. Ainda que soe ilógico esse querer, ele se explica: mais do que a pena por aquilo que não tenho, me fala mais alto o fato de que quando tive algo, foi bom e verdadeiro... ao menos para mim. Sou a que continua sonhado com os impossíveis.
Escrito ano passado,hj me deu vontade de partilhar....

domingo, 6 de julho de 2008

MINHA HISTORIA(GESU' BAMBINO)Pallottino/Dalla

versione brasiliana: Vinicius de Moraes/Chico Buarque

Dice che era un bell'uomo e veniva,
veniva dal mareparlava un'altra lingua,
però sapeva amaree quel giorno lui prese a mia madre
sopra un bel prato,
l'ora più dolce prima di essere ammazzato
Così lei restò sola nella stanza,
la stanza sul portocon l'unico vestito,
ogni giorno più cortoe benché non sapesse il nome e neppure il paesem'aspettò come un dono d'amore fino dal primo mese
Compiva sedici anni quel giorno la mia mammale strofe di taverna le cantò a ninna nannae stringendomi al petto che sapeva,
sapeva di maregiocava a far la donna col bimbo da fasciare
E forse fu per gioco o forse per amoreche mi volle chiamare come
Nostro Signoredella sua breve vita il ricordo,
Il ricordo più grossoè tutto in questo nome che io mi porto addossoe ancora adesso che bestemmio e bevo vinoper la gente del porto mi chiamo Gesù Bambino
http://www.vivabrasil.it/\w2000\dic\donaflor.htm


Chico...Como se pode ser assim? tão sensível, tão terno...mesmo qd fala de coisas cotidianas e até tristes.... ou até mesmo quando se enamora pelo q não escreveu....


"Minha História"
Minha história (Gesùbambino)Dalla - Palotino -
versão de Chico Buarque/1970

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente
Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido cada dia mais curto
Quando enfim eu nasci minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré
Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor
Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de Menino Jesus


Que sensibilidade e inteligência em expressar o cotidiano e o "vulgar" no belo!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silencio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco mais – em lugar de voltar logo à sua vida, indo porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.


Preciso, urgente de Um Outro assim, na minha vida!!!!

Inveja...eu bem q poderia ter dito isso a alguém!!!!

Dialogo— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida.

Rita Apoena