eu de boba

eu de boba

Bem Vindo!!!!

Holá...a todos que já passaram por aqui, a todos q váo passar.



Holá...aos que nunca passaráo, aos que isso aqui pouco ou nada vai interessar...



Holá aos bisbilhoteiros, aos fofqueiros, aos encrequeiros, aos amantes, aos desamantes, aos amados e desamados, aos que cantam ao sol, aos que brindam a lua, aos que acreditam em Deus, aos q acreditam no Ser Superior, aos que ñ acreditam em nada além do que seus olhos vêem.



Holá...aos que conheceram a dor, o desamor, a cura, o amor, Holá...aos q me conhecem e aos q háo de conhecer (nem que seja só por aqui)



Holá...a nós, a todos nós, pq sorrir e dizer Bem vindo nunca é demais...eu digo tudo e ainda, te dou um abraço...seja bem vindo e bem vinda, entrem, sentem-se, tirem os sapatos, sentem-se confortavelmente e preparem-se!!!



A viagem aqui tem volta...mas certamente vc voltará mudado...isso prometo eu!!!

Luciana Santos.


terça-feira, 15 de julho de 2008

Quero ser uma mulher de Almodóvar

Elas têm as mãos robustas com veias à mostra, pernas rijas, músculos fartos no antebraço e uma boca que sussurra qualquer coisa de lamento e esperança. Cortam pessoas ao meio com o olhar de dois gumes. Elas dão à luz em ônibus, cozinham sozinhas para mais de 30 pessoas e enterram maridos mortos que, antes, as enterraram vivas. as que foram estupradas carregam pela vida o fruto da violência e são capazes de amá-lo como se ele tivesse sua origem numa cama mácula. As mulheres de Almodóvar, de tão fortes apartam brigas de leões, e de tão intensas, fazem poesia com o cotidiano. Estão sempre em carne viva. Conheci as personagens do diretor espanhol Pedro Almodóvar quase que por acaso - por indicação de meu grande-amigo Fufo - mais assim, por acaso - numa daquelas fases meio depressivas em que entramos num cinema, pra assistir qualquer coisa e acabamos nos batemos com coisas inesperadas - a R$5,00 entrei na Sala Walter da Silveira e assisir a uma seção especial de seus filmes - "Carne Trêmula", "Volver" e "Má Educação". Passei oito horas sorvendo a riqueza psicológica das figuras femininas geradas por ele. Quando cria, Almodóvar não é óbvio, tal como as mulheres na vida real não o são. Há algum tempo atrás, assisti à "Fale com ela" e agora tenho certeza de que a admiração que passei a nutrir pelo diretor desde aqueles três primeiros filmes tem mais a ver com um desejo: quero ser uma mulher de Almodóvar. Se fosse uma mulher de Almodóvar acordaria cedo para dar de comer às crianças, elas comeriam com fúria, se fartariam, virariam adultas, me esqueceriam e eu, sem declinar da tarefa continuaria dando-lhes de comer da minha própria carne. Se eu fosse uma mulher de Almodóvar visitaria no cárcere cada um dos meus algozes, dos benignos aos malignos. Se me pedissem dinheiro ou cigarro eu não lhes daria, mas se me pedissem perdão e afeto, eu lhes entregaria minha cabeça e coração num prato. Após um dia de trabalho, os pés cansados e a mente aos suspiros, eu dançaria uma hora de sevilhas para deleitar a platéia de um único sincero pagante... caso eu fosse uma mulher de Almodóvar. Estar em carne viva é facíl. Bastam um corte e um furacão de dentro para fora, para que os tecidos do corpo de desdobrem, se expandam e fiquem expostos sem pele. Difícil mesmo é extrair poesia de cada fibra solta, como fazem aquelas tais figuras femininas. Mesmo distantes de conhecer a fundo o diretor espanhol e suas mulheres, uma coisa posso dizer sem equivóco: se fosse uma mulher de Almodóvar eu falaria espanhol, me apaixonaria por alguém que caminhasse pela rua e lhe daria na hora as virtudes que eu tivesse, poesia e um café para celebrar; receberia um sinal recíproco a princípio e, dois minutos depois, um sinal de engano - porque Almodóvar não fantasia. Então ficariam as virtudes, a poesia e o café assim esparsos pelo chão, sem copo ou corpo que os contivessem. Depois disso, por ser uma mulher de Almodóvar, eu então chegaria em casa, acenderia um cigarro e escreveria uma crônica que terminaria assim: "No suelo perder nada de lo que me regalan com veracidad, aunque me lo regalen con fecha ya cierta para quitármelo de la mano. Lo que me regalan yo lo cojo, lo guardo y lo quiero todo lo que puedo antes de que se me vaya. Aunque suene ilógivo ese querer, el se explica: más que la pena por el regalo que no tengo me habla más fuerte el hecho de saber que, cuando lo tuve, fue bueno y verdadero... por lo menos pra mí. soy la que sigue soñando com los impossibles". Traduzindo: Não costumo perder nada daquilo que me dão com veracidade, ainda que o que receba tenha data certa para ser-me tirado das mãos. O que me dão eu acolho, guardo e amo o máximo que posso antes que se e escape. Ainda que soe ilógico esse querer, ele se explica: mais do que a pena por aquilo que não tenho, me fala mais alto o fato de que quando tive algo, foi bom e verdadeiro... ao menos para mim. Sou a que continua sonhado com os impossíveis.
Escrito ano passado,hj me deu vontade de partilhar....

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara Luciana:
Do modo como conclui "escrito ano passado", deixa a impressão de que foi escrito por você.
Você sabe quem é o autor de "Quero Ser Uma Mulher de Almodòvar?"